Enfrentar partidas em lugares de grande altitude sempre representa um desafio, e o treinador Abel Ferreira enfrenta um dilema importante ao formar a equipe do Palmeiras para o confronto contra o Bolívar, válido pela fase de grupos da Copa Libertadores e disputado em La Paz, a mais de 3.600 metros acima do nível do mar. Esse cenário intensifica tanto a complexidade tática quanto a física do jogo.
Com diversas ausências devido a lesões e às limitações impostas pelo ambiente, Abel precisa aplicar todo o seu conhecimento para ajustar a equipe sem comprometer o desempenho. Apesar de liderar o grupo, manter essa vantagem requer uma estratégia precisa diante de condições tão adversas.
O Palmeiras enfrenta um dos momentos mais desafiadores da temporada em termos de composição de elenco, com nomes importantes como Raphael Veiga, Marcos Rocha, Mayke, Murilo e Bruno Rodrigues ainda em processo de recuperação sob os cuidados médicos. Além deles, Richard Ríos, Vitor Roque e Micael tiveram problemas físicos após a última rodada do Brasileirão e não viajaram para a Bolívia. Com oito baixas significativas, a profundidade do elenco será crucial para o confronto com o Bolívar em La Paz.
A altitude de La Paz é um dos fatores mais desafiadores no futebol sul-americano, impactando diretamente no desempenho dos atletas. A menor quantidade de oxigênio no ar demanda mais esforço do sistema cardiorrespiratório dos jogadores, prejudicando a resistência e aumentando a fadiga.
Em partidas disputadas a mais de 3.000 metros, é comum que os jogadores encontrem dificuldades para manter o ritmo habitual, com a recuperação entre os lances se tornando consideravelmente mais lenta. Isso exige adaptações tanto na preparação física quanto na estratégia de jogo.
Desde que Abel Ferreira assumiu o comando do Palmeiras em 2020, o time já enfrentou cinco jogos em altitude pela Copa Libertadores da Conmebol, obtendo um desempenho notável: quatro vitórias e apenas uma derrota.
Coincidentemente, a única derrota foi justamente para o Bolívar por 3 a 1 em 2023. As demais partidas foram contra equipes como Independiente del Valle e Independiente Petrolero, com resultados convincentes que evidenciam a capacidade de adaptação do elenco.
Com tantas ausências, Abel Ferreira precisará recorrer à rotação do elenco e a soluções táticas alternativas, como a possibilidade de adotar uma formação com três zagueiros para equilibrar a equipe e reforçar a defesa. Além disso, jogadores menos utilizados podem ter oportunidades valiosas, com foco em manter a intensidade, evitar desgastes excessivos e explorar jogadas rápidas, comuns em jogos de altitude.
A derrota para o Bolívar em 2023 pode servir como aprendizado para o confronto atual, destacando as dificuldades de adaptação à altitude e as falhas defensivas. Diante disso, Abel Ferreira e sua comissão técnica devem optar por um início de jogo mais cauteloso, priorizando a posse de bola e o controle do ritmo para evitar um desgaste prematuro e buscar um resultado positivo.
O Palmeiras chega ao confronto com uma campanha impecável na fase de grupos da Libertadores, e uma vitória sobre o Bolívar pode garantir a classificação antecipada para as oitavas de final, proporcionando mais tranquilidade para os próximos jogos.
Mais do que pontos, a equipe busca afirmar-se como favorita ao título continental e demonstrar sua capacidade de superação diante de desafios. O desempenho em La Paz pode fortalecer a moral do time e consolidar a estratégia de Abel para a competição.
O duelo com o Bolívar representa não apenas um resultado imediato, mas também um desafio crucial para a capacidade de gestão de elenco do técnico Abel Ferreira. Saber utilizar cada peça disponível de forma inteligente pode fazer toda a diferença em uma temporada exigente e longa.
Com um histórico de superação e conquistas, o Palmeiras demonstra que está preparado para enfrentar qualquer desafio. Novamente, a missão do treinador será unir talento, estratégia e determinação para seguir deixando sua marca na Libertadores.
