Nos últimos anos, a Netflix tem se dedicado a produzir séries documentais que exploram os bastidores de esportes populares, sendo uma aposta interessante para atrair o público. No entanto, nem todos os projetos alcançam o sucesso esperado, como foi o caso da série Break Point. Após apenas duas temporadas, a produção foi cancelada devido aos baixos índices de audiência e dificuldades de produção.
A proposta de Break Point era oferecer ao público uma visão íntima do circuito internacional de tênis, em uma tentativa de seguir os passos de Drive to Survive com a Fórmula 1. Apesar do seu potencial, a série não conseguiu captar a atenção do público, ficando aquém das expectativas em comparação com outras produções esportivas.
A equipe por trás de Break Point enfrentou obstáculos ao tentar retratar o mundo do tênis. Ao contrário do cenário do automobilismo, onde o acesso aos bastidores é mais facilitado, no tênis, os produtores esbarraram na resistência dos agentes dos jogadores, o que limitou o acesso a momentos mais íntimos e emocionantes. Essa dificuldade resultou em um conteúdo que não conseguiu envolver o público de forma eficaz.
Além disso, a competição acirrada com outras séries documentais de sucesso, como Full Swing e Drive to Survive, que já haviam conquistado uma base de fãs sólida, tornou ainda mais desafiador para Break Point se destacar no catálogo da Netflix.
Os números de audiência desempenharam um papel crucial no cancelamento de Break Point. Um relatório revelou que a série acumulou 30,5 milhões de horas assistidas nos primeiros seis meses de 2023. Embora esse número pareça expressivo, não foi o suficiente para posicionar o programa entre os 600 mais assistidos na plataforma.
Em contraste, Full Swing e Drive to Survive apresentaram um desempenho significativamente superior, com 53,1 milhões e 90,2 milhões de horas assistidas respectivamente. Esses dados evidenciam a preferência do público por séries capazes de capturar a essência e a emoção dos esportes que retratam.
Mesmo com o cancelamento de Break Point, a Netflix segue investindo em séries documentais de esporte. A renovação de Full Swing para mais uma temporada indica que a plataforma ainda enxerga potencial nesse formato. O segredo para o sucesso parece residir na capacidade de oferecer uma visão autêntica e envolvente sobre o esporte, algo que Drive to Survive conseguiu realizar com maestria.
Diante desse cenário, para futuras produções, a Netflix talvez precise repensar suas estratégias, buscando alternativas para superar os desafios de acesso e garantir que as histórias contadas sejam tão envolventes quanto as competições que narram.