O jornalista esportivo paraguaio Enrique Vargas Peña causou indignação ao proferir comentários racistas em relação aos brasileiros e à presidente do Palmeiras, Leila Pereira, durante uma transmissão ao vivo. Durante o programa, ele utilizou termos ofensivos para se referir aos brasileiros após a derrota da Seleção Brasileira para a Argentina.
Ao ser confrontado por uma colega de bancada sobre suas declarações, Vargas Peña não se retratou e ainda proferiu insultos contra Leila Pereira. A dirigente do clube paulista, conhecida por seu ativismo na luta contra o racismo, criticou duramente a postura do jornalista e as penalizações insuficientes a casos de discriminação racial no futebol sul-americano.
O embate entre Leila Pereira e as autoridades paraguaias ganhou destaque após um incidente de racismo envolvendo o time Sub-20 do Palmeiras e o Cerro Porteño. A punição considerada branda aplicada ao clube paraguaio gerou revolta e colocou em pauta a necessidade de medidas mais efetivas no combate ao racismo nos gramados.
A legislação paraguaia, embora preveja sanções para condutas racistas desde 2022, enfrenta críticas quanto à sua aplicação. Diferentemente do Brasil, onde o racismo é considerado crime, no Paraguai, tais atos são tratados como infrações administrativas, sujeitas a multas.
Advogados apontam desafios na execução da Lei nº 6.940/2022, que visa coibir o racismo no país. A proteção oferecida pela legislação é questionada em casos envolvendo estrangeiros, como no incidente com o jogador Luighi, do Palmeiras. A falta de punições efetivas gera debates sobre a eficácia das medidas adotadas para combater esse tipo de discriminação.
Em entrevista ao g1, o advogado Hugo Estigarribia ressaltou os esforços necessários para garantir a aplicação plena da legislação: “Apesar dos princípios de igualdade presentes na Constituição paraguaia, ainda há desafios a serem superados na efetiva punição de atos racistas”.